Fala galera, beleza? Demorei um pouco para escrever sobre o assunto por que os conteúdos estão começando a acumular e preciso priorizar. Mas fiquei devendo minha opinião sobre o o tão esperado BYD Dolphin Mini.
Após muito tempo de espera, finalmente as primeiras unidade do BYD Dolphin Mini desembarcaram em solo brasileiro. Por algumas semana, a internet foi enxurrada de fotos e vídeos de caminhões cegonhas por todo o Brasil. Juntamente com esses conteúdos, as "informações privilegiadas" do valor de lançamento era que o Dolphin Mini seria o primeiro carro elétrico por menos de R$100.000,00.
Por conta disso, empresas como a JAC Motors e Renault reduziram os preços dos seus veículos. Inclusive a Renault tomou a frente e baixou o preço do Renault Kwid e-tech para R$99.900,00, tornando-se oficialmente o primeiro carro elétrico comercializado abaixo de R$100.000,00 no Brasil.
Quase tão certo quanto o amanhecer, o preço era divulgado de forma segura por influencers e vendedores em R$99.800,00. Tanto que, no domingo que o carro foi apresentado no programa do Luciano Huck, havia o anúncio de R$10.000,00 para as reservas feitas na pré venda e já havia pessoas contando com o preço de R$89.800,00.
O dia do lançamento oficial chegou e a Live bombando, mensagens no chat rolando como uma banca de apostas onde todos indicavam o mesmo cavalo vencedor. Não havia ninguém que se manifestasse contra o valo "vazado". Finalmente entra em cena mais uma vez o apresentador Luciano Huck e o valor é revelado com R$115.800,00.
A "matemágica" do bônus de R$10.000,00 + um carregador com preço estimado de R$7.00,00 levaram o preço do carro para R$98.800,00. Foi nítida a decepção de muitas pessoas relatadas no chat da live, nos grupos de WhatsApp e publicações nas redes sociais. Até mesmo os principais influencers comentaram sobre a expectativa frustrada.
A verdade é que a BYD não havia até então se manifestado sobre o valor final do seu novo veículo, mas também não desmentiu, gerando a impressão de confirmação. Sabe como é: "quem cala, consente".
Após a poeira baixar e o esfriar do ânimos, o lançamento do BYD Dolphin Mini demonstrou ser um grande sucesso. Mais de 7.000 unidades vendidas em menos de uma semana.
É importante ressaltar que os benefícios oferecidos pela BYD foram muito além do bônus e do carregador wallbox. No dia do lançamento foram anunciadas as seguintes vantagens:
Carregamento de graça durante o ano de 2024 na rede Shell Recharge para os 3.000 primeiros compradores (lembrando que só na pré-venda foram mais de 2x essa quantidade);
Para os motoristas que rodarem na 99, taxa de 9,99% por 6 meses. Mas se o motorista for de São Paulo e adesivar o carro, a taxa será de 0,00%;
Financiamento com taxas a partir de 0,99% a.a. com o Banco Santander;
Seguro completo Porto por R$2.640,00 para o primeiro ano, independente do perfil, com desconto de 10% caso use o Cartão Porto Bank na contratação;
Não há como negar que a expectativa era tão grande que a frustração ofuscou todos os demais benefícios citados. Como sempre digo: "A frustração é tão grande quanto a expectativa".
Mesmo após a marca negativa deixada em seu lançamento, o Dolphin Mini é o responsável por mais um salto no crescimento inegável da BYD nos últimos 12 meses. Parecia difícil repetir o feito atingido pelo Dolphin, mas o Dolphin Mini conseguiu ser responsável por um novo recorde de vendas. No dia 23/03/2024, a BYD vendeu 963 unidades, sendo 312 somente do Dolphin Mini.
Certa ou errada em relação ao lançamento do seu último veículo, o fato é que a BYD tem demonstrado que está consolidada no mercado automotivo brasileiro. Não duvido que atingiremos a primeira centena de milhar da frota de veículos elétricos no Brasil ainda em 2024 e a maior parte será de veículos BYD.
Mas então por que a divulgação do preço do Dolphin Mini foi tão criticado e mesmo assim vende tanto? Simplesmente por que o brasileiro está tão ansioso para declarar "menos de R$100.000,00" quanto gritar "Hexa" da Copa do Mundo.
Apesar de tudo, conseguimos atingir a marca de menos R$100.000,00 com o Renault Kwid e-tech. O problema é que gerou outra frustração nos consumidores. Com a redução do preço, a mensagem passada foi a seguinte: "Dava para cobrar menos desde o início".
No final das contas, eu prefiro ver o copo meio cheio da situação. Já temos pelo menos um modelo no Brasil abaixo dos 6 dígitos; mais variedades de modelos abaixo de R$150.000,00; crescimento da infraestrutura de carregamento nas rodovias e rumo aos primeiros 100.000 veículos 100% elétricos no Brasil.
Poderia ser melhor sem o imposto de importação? Com certeza. Mas a frota nacional eletrificada cresce de forma consistente, estruturada, orgânica e plural e isso irrita muita gente. Enfim, quero dizer que o brasileiro está muito ansioso com cada lançamento, pois sentimos que estamos chegando em um momento para declararmos que a mobilidade elétrica está consolidada ao ponto de ser uma opção tão plausível quanto qualquer outro carro.
Até mais.
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