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Foto do escritorThiago Garcia

Expectativa e Frustração caminham juntas. O brasileiro está muito ansioso com cada lançamento

Fala galera, beleza? Demorei um pouco para escrever sobre o assunto por que os conteúdos estão começando a acumular e preciso priorizar. Mas fiquei devendo minha opinião sobre o o tão esperado BYD Dolphin Mini.


BYD Dolphin Mini (site BYD)
BYD Dolphin Mini (site BYD)

Após muito tempo de espera, finalmente as primeiras unidade do BYD Dolphin Mini desembarcaram em solo brasileiro. Por algumas semana, a internet foi enxurrada de fotos e vídeos de caminhões cegonhas por todo o Brasil. Juntamente com esses conteúdos, as "informações privilegiadas" do valor de lançamento era que o Dolphin Mini seria o primeiro carro elétrico por menos de R$100.000,00.


Por conta disso, empresas como a JAC Motors e Renault reduziram os preços dos seus veículos. Inclusive a Renault tomou a frente e baixou o preço do Renault Kwid e-tech para R$99.900,00, tornando-se oficialmente o primeiro carro elétrico comercializado abaixo de R$100.000,00 no Brasil.


Quase tão certo quanto o amanhecer, o preço era divulgado de forma segura por influencers e vendedores em R$99.800,00. Tanto que, no domingo que o carro foi apresentado no programa do Luciano Huck, havia o anúncio de R$10.000,00 para as reservas feitas na pré venda e já havia pessoas contando com o preço de R$89.800,00.


O dia do lançamento oficial chegou e a Live bombando, mensagens no chat rolando como uma banca de apostas onde todos indicavam o mesmo cavalo vencedor. Não havia ninguém que se manifestasse contra o valo "vazado". Finalmente entra em cena mais uma vez o apresentador Luciano Huck e o valor é revelado com R$115.800,00.


A "matemágica" do bônus de R$10.000,00 + um carregador com preço estimado de R$7.00,00 levaram o preço do carro para R$98.800,00. Foi nítida a decepção de muitas pessoas relatadas no chat da live, nos grupos de WhatsApp e publicações nas redes sociais. Até mesmo os principais influencers comentaram sobre a expectativa frustrada.


A verdade é que a BYD não havia até então se manifestado sobre o valor final do seu novo veículo, mas também não desmentiu, gerando a impressão de confirmação. Sabe como é: "quem cala, consente".


Após a poeira baixar e o esfriar do ânimos, o lançamento do BYD Dolphin Mini demonstrou ser um grande sucesso. Mais de 7.000 unidades vendidas em menos de uma semana.


É importante ressaltar que os benefícios oferecidos pela BYD foram muito além do bônus e do carregador wallbox. No dia do lançamento foram anunciadas as seguintes vantagens:


  • Carregamento de graça durante o ano de 2024 na rede Shell Recharge para os 3.000 primeiros compradores (lembrando que só na pré-venda foram mais de 2x essa quantidade);

  • Para os motoristas que rodarem na 99, taxa de 9,99% por 6 meses. Mas se o motorista for de São Paulo e adesivar o carro, a taxa será de 0,00%;

  • Financiamento com taxas a partir de 0,99% a.a. com o Banco Santander;

  • Seguro completo Porto por R$2.640,00 para o primeiro ano, independente do perfil, com desconto de 10% caso use o Cartão Porto Bank na contratação;

Não há como negar que a expectativa era tão grande que a frustração ofuscou todos os demais benefícios citados. Como sempre digo: "A frustração é tão grande quanto a expectativa".


Mesmo após a marca negativa deixada em seu lançamento, o Dolphin Mini é o responsável por mais um salto no crescimento inegável da BYD nos últimos 12 meses. Parecia difícil repetir o feito atingido pelo Dolphin, mas o Dolphin Mini conseguiu ser responsável por um novo recorde de vendas. No dia 23/03/2024, a BYD vendeu 963 unidades, sendo 312 somente do Dolphin Mini.


Certa ou errada em relação ao lançamento do seu último veículo, o fato é que a BYD tem demonstrado que está consolidada no mercado automotivo brasileiro. Não duvido que atingiremos a primeira centena de milhar da frota de veículos elétricos no Brasil ainda em 2024 e a maior parte será de veículos BYD.


Mas então por que a divulgação do preço do Dolphin Mini foi tão criticado e mesmo assim vende tanto? Simplesmente por que o brasileiro está tão ansioso para declarar "menos de R$100.000,00" quanto gritar "Hexa" da Copa do Mundo.


Apesar de tudo, conseguimos atingir a marca de menos R$100.000,00 com o Renault Kwid e-tech. O problema é que gerou outra frustração nos consumidores. Com a redução do preço, a mensagem passada foi a seguinte: "Dava para cobrar menos desde o início".


No final das contas, eu prefiro ver o copo meio cheio da situação. Já temos pelo menos um modelo no Brasil abaixo dos 6 dígitos; mais variedades de modelos abaixo de R$150.000,00; crescimento da infraestrutura de carregamento nas rodovias e rumo aos primeiros 100.000 veículos 100% elétricos no Brasil.


Poderia ser melhor sem o imposto de importação? Com certeza. Mas a frota nacional eletrificada cresce de forma consistente, estruturada, orgânica e plural e isso irrita muita gente. Enfim, quero dizer que o brasileiro está muito ansioso com cada lançamento, pois sentimos que estamos chegando em um momento para declararmos que a mobilidade elétrica está consolidada ao ponto de ser uma opção tão plausível quanto qualquer outro carro.


Até mais.

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