
Fala galera, beleza? Está difícil arranjar um tempinho para escrever, mas precisei dar uma parada para falar da nova categoria de veículos da Fiat no Brasil que chegou reinando nos noticiários automotivos. Após uma troca de ideias entre amigos, identificamos a estreia da nova categoria de veículos eletrificados da Stellantis/Fiat: o "MICO HÍBRIDO"
Não escrevi errado e logo entenderão porque estou colocando os novos Fiat Fastback Hybrid e Fiat Pulse Hybrid como "Mico Híbridos". É fato mais que conhecido que a Stellantis possuí uma gama gigantesca de veículos elétricos na Europa, mas ex-CEO Carlos Tavares dizia que o Brasil deveria se contentar com o caldo de cana como solução verde. Deu até um nome pomposo para a proposta tupiniquim: O Bio-Hybrid.
O conceito Bio-Hybrid nada mais é que um veículo híbrido com um motor flex. Não importa se o veículo é equipado com motor elétrico de máquina de costura atrelado a uma bateria 12 V. A proposta é tão descabida que nem mesmo o Governador Tarcísio engoliu esse tipo de veículo híbrido com um motor elétrico menor que 40 kW e bateria inferior a 150 V para obter o benefício da isenção do IPVA no Estado de São Paulo.
Mas a pá de cal foi lançada pelo INMETRO sem a maior parte da população saber. Ao divulgar a edição de janeiro de 2025 do PBEV (Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular), o INMETRO demonstrou com dados que os veículos híbridos da Fiat (Fastback e Pulse), além de trazerem uma economia pífia de combustível, conseguem apresentar resultados piores que seus pares integralmente à combustão.
Abaixo, segue uma tabela comparativa:

De acordo com os dados apresentados pelo PBEV, as versões Impetus Hybrid do Fastback e Pulse e a versão Audace do Pulse apresentaram resultados piores em relação a emissões de CO por quilômetro rodado em comparação com as versões TF200. Além disso, o aumento de autonomia (km/l) ficou em torno de apenas 6%.

Sejamos justos, não foram todas as emissões que pioraram. As emissões de NMOG+NOx e CHO tiveram uma pequena redução nos modelos acima, mas algo tão irrelevante frente a promessa carregada no marketing dos modelos que chego a pensar se a propostas de híbrido foi levada a sério ou se colocaram apenas mais peças para quebrar em seus carros.
A questão é: qual é o benefício em comprar um "Mico Híbrido" além de burlar rodízio veicular em São Paulo? Montadoras como a Fiat vendem a ideia para o consumidor do veículo eletrificado que não precisa de tomada, mas não demonstra os comparativos entre seus próprios veículos, quanto mais com veículos realmente elétricos.
Sem contar o discurso falacioso de que o Etanol é um combustível neutro. Pelo contrário, você está apenas pegando o carbono do campo e queimando nos centros urbanos, já que a maioria opta por usar gasolina nas viagens mais longas. Para isso, deixo mais uma vez a reflexão: por que existem uma força de resistência aos veículos elétricos? Seria receio da migração em massa para a tecnologia?
Não sou contra a quem permanece preferindo o veículo à combustão por motivos infraestrutura ou mesmo particularidades operacionais, mas sejam justos com os consumidores e permitir que ele tome suas decisões baseadas na realidade.
Até mais
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